quinta-feira, 9 de outubro de 2014

"(...) Porque vivemos em uma época de paixões sociais. A grande tragédia de nossa época consiste no choque da personalidade individual com a comunidade. Para alcançar o nível de heroísmo e custear o terreno dos grandes sentimentos que dão vida, é necessário que a consciência se sinta ganha por grandes objetivos. Toda catástrofe individual ou coletiva é sempre uma pedra de toque, pois desnuda as verdadeiras relações pessoais e sociais. Hoje em dia é necessário provar este mundo. O poeta, por exemplo, se sentiu independente do burgues e até se enfrentou com ele. Mas quando o assunto se tratou da Revolução, se mostrou um parasita até a medula dos ossos. A psicologia do indivíduo assim mantido e dedicado a ser sanguessuga humano, não tem rastros de bondade de caráter, respeito ou devoção. Hoje em dia os "mocinhos" estudam ainda em livros as custas do sacrifício dos explorados, se exercitam em periódicos e criam "novas tendências". Mas quando uma revolta se produz seriamente, em seguida, descobrem que a arte se encontra nas cabanas, nos buracos mais reconditos, onde fazem ninho os cupins. É preciso derrubar a burguesia porque é ela quem fecha o caminho a cultura. A nova arte não só desnudará a vida, mas lhe arrancará a pele. Amar a vida com o afeto superficial do deleitante, nao é muito mérito. Amar a vida com os olhos abertos, com um sentido crítico cabal, sem adornos, tal como nos aparece, com o que oferece, essa é a proeza. A proeza também é realizar um apaixonado esforço por sacudir aqueles que estão entorpecidos pela rotina, obrigar-lhes a abrir os olhos e fazer-lhes ver o que se aproxima."

León Trotsky

Nenhum comentário:

Postar um comentário